quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Entre encantos com obstinação

Viver, crescer, dá um trabalho danado.
Todo novo dia lá vem a tal da rotina, os compromissos, os contratempos, o bom e o ruim inseparáveis, nem sempre nesta ordem.

Terminei de ler "Os filhos do Imperador", de Claire Messud, um livro imenso (478pp) que comprei barato em uma feira de livro há alguns anos.

Ameacei lê-lo algumas vezes, mas abandonei por falta de coragem. Parecia chato, longo, com muitos personagens e nenhum que me agradasse.

Pois é. Rejeição inicial muitas vezes significa que pode ser importante afinal.
Como pretendia listá-lo para troca, resolvi ler, do início ao fim, e para minha surpresa, em poucos dias cumpri a tarefa sem sofrimento. O livro podia talvez ter menos páginas, é verdade, mas o que mais incomoda é que a autora retrata a sociedade de hoje, seres humanos como eu, como as pessoas que convivo diariamente e sem final feliz.

Talvez  por isso não seja tão bem aceito por quem se aventura a ler o livro. A autora vai fundo e desmascara nossas inseguranças atrás das máscaras de vidas bem-sucedidas.
Não é difícil se identificar com algum dos personagens ou refletir sobre escolhas, sobre valores e a ética, tantas vezes repudiados em nossos dias.

Sim o livro é um romance que incomoda, mas vale a pena vencer as resistências.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

"Um sonhador é alguém que só consegue encontrar seu caminho à luz da lua, e seu castigo é ver o amanhecer antes do resto do mundo" Oscar Wilde