domingo, 27 de novembro de 2016

Emergência!

Uma coisa é não temer a finitude. Outra coisa é ficar cara a cara com ela.
Será que é agora, é assim? E depois? E se não for? Se a morte desistir e me deixar aqui toda torta, impondo a meus familiares a dolorosa missão de ter que cuidar de uma criatura sem capacidade de administrar a própria vida e fardo.

A vida é feita de escolhas, minuto a minuto, ou em segundos.
Aí você faz ligação procurando alguém disponível para te levar a uma emergência, mas todos estão ocupados.

E vc cria forças e vai só, e se apresenta na emergência e chora quando pedem o telefone de um familiar.

Daí vêm os exames, o enquadramento de "extrema urgência", medicação e observação. E , muito tempo para passar a limpo a existência, enquanto as demais pessoas boquiabertas não entendem o que está acontecendo, afinal a criatura parecia tão saudável, tão forte?

Mesmo fortes, mesmo saudáveis, somos todos perecíveis. Temos prazo de validade. Temos decrepitude, perda de qualidade e para esta função o destino é responsável.

Vale prosseguir, com coragem, com alegria até o fim, que é certo.