sexta-feira, 15 de março de 2013

Mais um, mais emoções para sempre


"Per sempre" é o último livro de Susanna Tamaro, sucesso desde a publicação em 2011. Ganhei de presente da minha filha ano passado, em fevereiro, quando estávamos em Roma.

Os livros de Susanna são difíceis de parar de ler. É uma emoção na outra, mas com leveza, com calma, e ela como ninguém consegue isto escrevendo de situações cotidianas que acontecem todos os dias próximas a nós ou com nós mesmos.

Estou na praia. Chove muito o tempo todo. Ótimo clima para boas leituras. Sozinha em casa, me aproximei mais do protagonista Matteo. Ele como eu cada um na sua toca aprendendo com as dores evitáveis e inevitáveis, reconhecendo os espaços interiores, vazios ou preenchidos.


Existem muitas passagens que gostaria de registrar, mas quero escolher apenas uma e assim escolherei a primeira que marquei às páginas 51-52 - reflexão de Matteo, lembrando diálogo enre seus pais, quando era  jovem:

Di quanto dolore sono fatte le nostre vite?
   Di quanto dolore evitabile?
  Alle volte penso che al momento della nostra morte non vedremo scorrere tutta la vita, come  dicono, ma soltanto una piccola parte - i gesti d'amore mancati, la carezza non fatta, la comprensione non data, quel muso inutile tenuto troppo a lungo, quella caparbietà nutrita soltanto di se stessa.
   (...)
   Solo invecchiando ci si rende conto della gravità di certe parole e tutto ciò che abbiamo mancato - per superficialità, per egoismo, per fretta - comincia a pesare sul nostro cuore, ma il tempo ormai è andato e non torna più indietro.
   (...)
   Uscire da se stessi. Non è forse questo il segreto per sfuggire al "troppo tardi"? Ma quando lo capisci purtroppo la tua vita è andata troppo avanti.
    Troppo avanti.
    Troppo tardi.
    Troppa amarezza.
    Troppo dolore.
    Troppo dolore che si poteva evitare.

Tradução livre:
De quanta dor as nossas vidas são feitas?
De quanta dor evitável?
Às vezes penso que no momento de nossa morte não veremos escorrer toda a vida, como dizem, mas somente uma pequena parte - os gestos de amor que faltaram, a carícia não feita, a compreensão não dada, aquela cara feia mantida por muito tempo, aquela obstinação nutrida somente por si mesmo.
(...)
Somente envelhecendo nos damos conta da gravidade de certas palavras e de tudo aquilo que faltou - por superficialidade, por egoísmo, por pressa - começa a pesar sobre o nosso coração, mas o tempo já passou e não se pode voltar atrás.
(...)
Sair de si mesmo. Não será este o segredo para escapar do "muito tarde"? Acontece que quando compreendemos isto infelizmente a vida já avançou muito.
Muito avançada.
Muito tarde.
Muita amargura.
Muita dor.
Muita dor que poderia ter sido evitada.

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"Um sonhador é alguém que só consegue encontrar seu caminho à luz da lua, e seu castigo é ver o amanhecer antes do resto do mundo" Oscar Wilde